A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) tem sido essencial para solução de crimes e identificação de criminosos. Aproximadamente, 30 mil casos são solucionados por ano, isso falando só da Criminalística de Goiânia, onde ocorre a maioria dos casos.
O Diretor de Ensino da Polícia Científica, Ricardo Mattos, destacou a atuação dos agentes que fazem parte da SPTC, que conta com 750 servidores em toda a Superintendência, e atua na solução de todas as demandas. Os agentes são divididos em duas gerências, a de Criminalística e de Medicina Legal, e atuam para solucionar os crimes registrados em Goiás.
Mattos, que está há 15 anos na Superintendência e agora é o responsável pelo treinamento dos agentes, afirma que, hoje, os agentes têm consciência de que “sozinhos ou isolados”, eles são fracos “diante dessa criminalidade cada vez mais profissional”. No entanto, “unidos, independente dos cargos”, a Superintendência se faz mais forte, com condições de garantir segurança aos cidadãos de todo o Estado.
Entre os casos mais emblemáticos que foram solucionados pela Superintendência, o diretor destaca o caso recente do homem que cometeu 22 estupros já confirmados em todo o Estado e foi preso em outubro deste ano. O suspeito ainda é investigado por outros 34 crimes. O homem só pode ser preso após ser confirmada a autoria dos crimes, o que se deu por meio de exames de DNA feitos pela SPTC.
Este foi o principal caso registrado este ano e envolveu um trabalho integrado entre os agentes do Banco de Perfis Genéticos da Polícia Científica. A força-tarefa, batizada de Impius, resultou na prisão do estuprador. A operação durou 45 dias e envolveu mais de 40 pessoas. As investigações só tiveram início após a Polícia Técnico-Científica encontrar o perfil genético deste homem em várias vítimas de estupro.
Para a solução deste caso foram coletados vestígios do criminoso em uma das vítimas e inseridos no banco genético. Em 2017, foi coletado novo vestígio de outra vítima e coincidiu com a amostra anterior. No mesmo ano apareceram outras quatro vítimas compatíveis ao material genético do suspeito. E ao final de 2018 já somavam nove mulheres com indícios deste mesmo material genético, o que chamou a atenção da Polícia Técnico-Científica, que avisou à Polícia Civil.
No entanto, não é necessário ir muito longe. Também em outubro, os agentes da Superintendência participaram da última operação na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), que envolveu os peritos criminais do Grupo de Atuação em Perícias Especiais (Gape), que foi recentemente criado, e também está lotado na SPTC.
Nesta operação foram apreendidos mais de 200 telefones celulares, carregadores, chips de telefonia móvel, armas brancas, roteador de internet além de drogas, que foram apreendidas na penitenciária. Esta foi a maior varredura preventiva já realizada no Estado e também contou com a atuação da SPTC.
Serial killer, o maior caso
O diretor Ricardo Mattos acredita que o principal caso solucionado a partir da atuação da Polícia Técnico-Científica foi na investigação do serial killer de Goiânia, que envolveu exame balístico para comprovar que a arma apreendida em poder do criminoso era a arma utilizada em vários homicídios.
Foram diversos laudos balísticos apresentados pela Polícia Técnico-Científica para comprovar que as mulheres foram mortas por projéteis disparados pela arma apreendida com o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, o serial killer de Goiânia.
Investigação
A atuação dos policiais e agentes que trabalham na SPTC está diretamente relacionada com a apuração dos crimes, onde os agentes participam da investigação técnico-científica. Esta atuação se fundamenta em vestígios, o que é complementar à investigação cartorária já realizada. Os agentes contribuem para dar uma solução a um crime determinado e para atender ao sentimento da população, de busca pela justiça diante dos fatos.
Medicina Legal
Dentro da Superintendência ainda há o Instituto Médico Legal (IML), que são representados pelos médicos legistas e por auxiliares de autópsia, que atuam em seções especializadas e trabalham em expediente. No entanto, a maioria atua realmente nos plantões, sempre prontos para atenderem às vítimas vivas que chegam, encaminhadas das delegacias; os criminosos presos pelas forças policiais; bem como os corpos removidos de locais de crimes pelas equipes de auxiliares de autópsia.
Este contato, de acordo com Mattos, é direto e frequente com a tragédia e, para ele, é a maior dificuldade dos agentes que estão lotados na Superintendência. “A dor dos vivos, que são a maior parte dos atendimentos, de mulheres lesionadas ou abusadas sexualmente em sua maioria e também a dor dos familiares dos mortos”.